7.6.10

EMAGRECER ANTES DO TEMPO DE PRAIA


Entre os meses de Abril e Junho, muitas pessoas preocupam-se em perder uns quilitos a mais, ganhos durante o Inverno.

É então que aparecem as dietas e a corrida desenfreada aos health clubs, para quem pode. Saiba como disciplinar os seus hábitos alimentares e complementá-los com uma dose de exercício físico.
Privação alimentar: um problema psicológico

As razões que motivam um indivíduo a optar por uma dieta de emagrecimento podem ser diversas. Por vezes, a ideia provém da imposição do médico, que diagnostica no seu doente, por exemplo, um alto nível de colesterol ou mesmo um problema vascular preocupante e que, assim, obriga a uma dieta restritiva.
Noutro sentido, há quem deseje emagrecer porque se sente mal no seu corpo e porque a estética assim o obriga.

Na presença destes dois cenários, a motivação varia nesse cumprimento – à risca – de todos os factores que implicam um regime alimentar disciplinado e, na maioria da vezes, com restrições. Fala-se aqui de uma modificação de hábitos de vida, sobretudo no que toca ao comportamento alimentar.

No entanto, se a saúde física é o primeiro objectivo de um regime de emagrecimento, a privação no acto de comer pode ocasionar distúrbios emocionais, que necessitam de apoio psicológico.

Na opinião do Dr. Paulo Sargento dos Santos, do Departamento de Psicologia da Universidade Lusófona, em Lisboa, «estas perturbações assumem, nalguns casos, contornos patológicos, pelo que precisam de acompanhamento psicológico. Verificam-se desajustamentos emocionais graves, como depressões e estados de ansiedade, devido à privação alimentar».

Diz este especialista que nos sujeitos obesos, a quem é recomendado um regime de emagrecimento por questões de saúde, acontece um ciclo vicioso: vêem-se privados de comer aquilo que gostam e que lhes traz bem-estar e satisfação, ficam ansiosos; mediante a ansiedade comem ainda mais e tudo se transforma numa espécie de roda viva sem retorno. «A dieta é vista como um sacrifício por estar associada à ideia de privação», acrescenta Paulo Sargento dos Santos.

Como escapar a este ciclo vicioso? «É preciso encontrar alternativas e avaliar até que ponto o indivíduo se pode distrair com outras actividades que lhe pareçam interessantes e que funcionem como mecanismos de compensação. Por exemplo, ir ao cinema, ler, ou outro tipo de encontros sociais», em que o indivíduo se descontraia e esqueça as privações.
Em casos mais bicudos, a psicoterapia oferece algumas formas de tratamento para perturbações no comportamento alimentar.

«Há uma estratégia simples: basta deixar a pessoa falar, desabafar os seus anseios individuais ou ainda colocá-la numa situação de grupo, onde outras pessoas falem sobre esse problema comum da privação alimentar», refere o psicólogo.

O acto de comer não tem apenas um significado biológico no ser humano, contemplando um valor simbólico de partilha social, em termos da relação que se estabelece com os outros durante uma refeição. O que pode ser claramente comprovado pelo acto de gostarmos de almoçar em conjunto com outras pessoas com quem apreciamos estar.