
Um dos factos mais importantes que os pais precisam de compreender é este: As crianças que têm hábitos saudáveis desde cedo, têm mais probabilidades de os conservar durante a adolescência e a idade adulta. De acordo com a Associação Americana para a Educação da Saúde, a razão chave para essa realidade é o facto de o cérebro da criança ser mais influenciável do que o de um adulto.“As crianças pequenas ainda não tiveram uma verdadeira oportunidade para desenvolver preferências concretas sobre o que gostam ou deixam de gostar, por isso é mais fácil fazê-las começar da maneira certa do que, depois, quebrar um mau hábito”, acrescenta Lawrence Balter, um psicólogo infantil da Universidade de Nova Iorque. Aqui estão alguns bons hábitos que os pais devem começar a incutir nos seus filhos.
1.Lavagem regular das mãosA maneira mais simples de evitar infecções e reduzir as constipações e as gripes é lavar as mãos regularmente, dizem os especialistas. A Mayo Clinic faz notar que, embora seja impossível manter as mãos totalmente livres de germes, há alturas em que é imprescindível lavar as mãos. As crianças deviam ser ensinadas e incentivadas a lavar as mãos nestas circunstâncias:• Antes de prepararem alimentos, de porem a mesa, ou servirem a comida.• Antes de comerem uma refeição ou um lanche.• Depois de irem à casa de banho.• Depois de espirrarem ou tossirem para as mãos.• Depois de se assoarem.• Depois de mexerem em dinheiro.• Depois de brincarem com um animal de estimação.
Mary Sandell, enfermeira de saúde ocupacional e epidemiológica, no Hospital Comunitário de Tallahasse, Estados Unidos da América, sublinha a importância da lavagem das mãos, dizendo: “Os organismos entram no nosso corpo através das membranas mucosas. Os nossos dedos tocam nos olhos, nariz e boca”, que são os pontos de entrada. A maioria dos especialistas concordam que o tipo de sabão usado é irrelevante, porque os benefícios da lavagem das mãos são mais mecânicos do que químicos. Qualquer sabão e água usados agem como lubrificantes para soltar a sujidade e as bactérias das mãos. Portanto, quando as mãos são enxaguadas, o sujo sai com a água. Além disso, Sandell também adverte os pais para se manterem vigilantes noutros assuntos de higiene, lembrando aos seus filhos que não devem pôr lápis ou canetas na boca. “Pensem só onde esses lápis e canetas já estiveram”, diz ela. “É como colocar moedas na boca.”
2.Cinto de segurançaAs cadeiras e os cintos de segurança para criança são referidos como sendo a “droga miraculosa” no que respeita a salvar a vida de crianças. “Se os cintos de segurança fossem um medicamento, seriam uma droga miraculosa”, diz Chuck Hurley, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança dos Estados Unidos. “Em vez disso, são como a aspirina – tão comuns que as pessoas se esquecem de como eles são benéficos para prevenir a morte ou ferimentos graves.”Considerem a “boa sorte” dos pais Nikki e Edward Brown, de Detroit, Estados Unidos. Desde o nascimento dos dois filhos, de 1 e 2 anos, fizeram questão de apertar sempre os seus cintos de segurança, não obstante as birras e os protestos. Foi por isso que os pequenitos ficaram pendurados de cabeça para baixo – mas vivos! – quando a carrinha onde seguiam capotou depois de um acidente, que poderia ter sido mortal, numa auto-estrada muito concorrida. “O Senhor e as cadeirinhas com os cintos de segurança, salvaram--nos”, diz Nikki Brown.Não obstante, muitos pais cedem quando os filhos protestam e resistem, metendo-se a caminho sem que estes estejam nas suas cadeirinhas e adequadamente seguros. Nos Estados Unidos, seis de cada 10 crianças mortas em acidentes não tinham os cintos postos ou não tinham cadeirinhas apropriadas.“É uma tragédia nacional, porque a maioria das crianças mortas em acidentes estariam vivas se os adultos que as amavam tivessem colocado os seus cintos de segurança”, diz Janet Dewey, directora da Air Bag and Seat Belt Compaign, um grupo sem fins lucrativos que é apoiado por construtoras de automóveis, seguradoras, e pelo governo federal. Sem dúvida que os procedimentos de segurança deviam ser seguidos cada vez que uma criança entra num veículo, seja ele qual for e qual a distância a percorrer. Mesmo que só se vá até ao quarteirão a seguir, já requer que o cinto de segurança e a cadeirinha sejam usados.
3.Exercício diárioTristemente, um de cada cinco jovens (norte-americanos) com idades entre os 12 e os 17 anos, tem excesso de peso. E os investigadores estão cada vez mais alarmados porque a obesidade infantil aumentou tremendamente na última década.Além disso, quarenta por cento dos rapazes e 70 por cento das raparigas dos 6 aos 17 anos não conseguem fazer mais do que uma elevação. Metade das raparigas e 30 por cento dos rapazes não conseguem correr um quilómetro em menos de 10 minutos. A isso acrescenta--se o facto de 40% mostrarem sinais de problemas cardíacos e circulatórios.Uma forma eficaz de fazer as crianças exercitarem-se todos os dias é transformar a actividade física num tempo para a família. Façam uma caminhada depois do jantar e olhem as estrelas. Vão dar uma volta juntos, de bicicleta. No Inverno, façam alguns exercícios de aeróbica, em casa. Há vídeos que os poderão ajudar.Quando o Renzo Salguero, de 6 anos de idade, chega a casa, depois das aulas, faz os seus trabalhos de casa, depois calça uns ténis e espera, pacientemente, que o pai chegue. “Correm juntos quase todos os dias”, diz a mãe. “O Renzo fica muito entusiasmado com esta actividade.” Embora ainda esteja no primeiro ano, o Renzo já tem uma colecção de troféus e placas. Já correu, doze vezes, 5 km, e o seu melhor tempo foram 26.33’. “O pai tem de se esforçar para o acompanhar”, diz a mãe. “Há dias em que o Renzo quer correr duas vezes, mas o pai responde-lhe que uma vez, chega.”
4.Alimentação saudávelDurante vários anos, a Cancer Research Foundation of America (CRFA) [Fundação Americana para a Investigação do Cancro] tem estado a lançar um desafio aos pais para que ensinem boa nutrição aos seus filhos, uma vez que desenvolver bons hábitos de nutrição na infância reduz grandemente os seus riscos de contrair cancro no futuro. “Ensinar às crianças o ABC da boa nutrição dá-lhes uma ferramenta essencial para viver uma vida saudável”, faz notar Oliver Alabaster, director da CRFA. Ao analisar a relação entre alimentação e cancro, ele adverte: “Não existe, na alimentação, nenhum elemento mais prejudicial do que a gordura.” A CRFA recomenda que as pessoas ingiram menos de 20% das calorias a partir de gordura, ou seja, 30-40 g por dia. Contudo, a gordura da alimentação média das crianças quase que duplica essa quantidade (cerca de 36%).Para ajudar os pais a promoverem hábitos alimentares saudáveis, a CRFA dá as seguintes sugestões:‹ Se utiliza produtos lácteos, mude para leite meio-gordo. Reduzirá bastante a quantidade de gordura que a criança ingere.‹ Faça estufados ou pratos no forno; não frite os alimentos. Por exemplo, uma batata assada no forno contém 1% de gordura, enquanto a mesma batata, quando frita, tem 43% de gordura.‹ Faça, da carne, um produto escasso – se tiver de a incluir. Até mesmo a carne mais magra vai buscar mais de 60% das suas calorias à gordura. Use vegetais, grãos, e massas como o centro da sua refeição.
5.Equipamento de segurança adequadoAs crianças gostam muito de actividades ao ar livre, tais como andar de patins, de skate, de bicicleta, etc.. Para evitar ferimentos e a perda de vidas, têm de ser ensinadas e motivadas a vestir o equipamento de segurança adequado. O elemento de segurança mais importante para essas actividades é o capacete. As esfoladelas e nódoas negras curam-se, mas os traumatismos cranianos podem afectar uma criança para toda a vida.
Os capacetes reduzem os ferimentos na cabeça em 88 por cento, mas só 15 por cento das crianças com menos de 15 anos os usam. Estima-se que o uso universal de capacetes para ciclistas evitariam 135 a 155 mortes de crianças dos 4 aos 15 anos, por ano. De acordo com o Instituto de Capacetes de Segurança para Ciclistas, uma criança usará o capacete de segurança se os seus pares e os seus pais o usarem, se a professora tiver falado da importância do capacete, e se a criança tiver escolhido o capacete da sua preferência. Os pais devem lembrar-se que o incentivo chave para as crianças usarem o capacete é a moda, não a segurança. Gastar um pouco mais num capacete escolhido pela própria criança poderá vir a ser um investimento. Certifiquem-se, apenas, que tem o selo de aprovação da União Europeia.
Para terminar, quando os pais são diligentes e disciplinados em ensinarem aos seus filhos hábitos saudáveis, esses mesmos pais terão a alegria de os ver crescer e tornarem--se adultos saudáveis. Terão, ainda, o prazer de ver que os hábitos que lhes inculcaram permanecerão durante toda a vida.
Fonte: Saúde & lar