
"Historicamente, existem referências específicas ao consumo de leite fermentado (com iogurte ou queijo), desde os tempos bíblicos, passando mais tarde pelas tradições e recomendações gregas, romanas e hindus", explica a Dra. Vanessa Candeias, nutricionista do Instituto de Medicina Preventiva, da Faculdade de Medicina de Lisboa.
O leite era armazenado em marmitas de barro ou em sacos de peles de animais, onde ficava exposto a altas temperaturas e à acção bacteriana, o que levava à sua fermentação, produzindo um tipo de iogurte.
"A Europa só viria a conhecer o iogurte propriamente dito, em meados do século XVI". No começo, a sua comercialização era feita em farmácias, uma vez que se atribuíam ao iogurte, "propriedades curativas e medicinais", indica Vanessa Candeias.
Bactérias essenciais e benéficas
Estas bactérias vão aproveitar a lactose existente no leite, fermentando-a em ambiente seleccionado (estufa ou em cubas) e transformando-a em ácido láctico, que por sua vez, coagula as proteínas do leite, transformando-o em iogurte.
"Como o produto final tem que conter bactérias vivas e em quantidade abundante, estas bactérias vão trazer benefícios a quem consome o iogurte, nomeadamente: contribuem para a manutenção e equilíbrio da flora intestinal, facilitam a digestão, tornam o produto final mais digerível, ajudam na recuperação de diarreias, contribuem para a prevenção da obstipação e outros transtornos gastrointestinais", explica Vanessa Candeias.
Torna-se fácil perceber que os iogurtes podem ajudar a tratar inúmeras patologias. "De facto, são uma preciosa ajuda para controlar e melhorar algumas doenças", fundamenta Nuno Nunes.
Os vários tipos de iogurtes
"Quanto à consistência, os iogurtes podem ser sólidos, batidos e líquidos", indica Vanessa Candeias. Relativamente ao teor em matéria gorda, os iogurtes classificam-se como: gordo (mínimo de 3,0% de matéria gorda); meio gordo (entre 0,5 e 3,0% de matéria gorda) e magro (máximo 0,5% de matéria gorda).
Se tem regularmente dúvidas no que respeita ao teor de gordura dos iogurtes, saiba que "nem todos os iogurtes magros são iguais, dado que uns não contêm açúcar, sendo este substituído por edulcorantes artificiais como o aspartame".
Estes são mais indicados para diabéticos ou para as pessoas que querem ingerir menos calorias. Destacam-se ainda os iogurtes que têm menos gordura, "sendo igualmente ricos em açúcares e fornecendo mais calorias do que os referidos antes", explica o nutricionista Nuno Nunes.
Fonte: Médicos de Portugal