15.3.10
MARÇO - MÊS DO CANCRO COLO-RECTAL
Todos os dias morrem 10 pessoas de cancro do cólon e do Recto em Portugal e surgem cerca de mais 6400 casos por ano. De acordo com as preocupações vigentes, a APN vai dedicar o mês de Março a actividades e campanhas de sensibilização e esclarecimento sobre a prevenção e tratamento do cancro
Ingestão de flavonóides e risco de desenvolvimento de cancro colo-rectal
Muitas investigações que estudam os potenciais factores de risco de desenvolvimento de cancro colo-rectal sugerem que dietas ricas em alimentos de origem vegetal, como fruta e hortícolas, podem reduzir o risco de desenvolvimento de cancro colo-rectal. O mecanismo específico pelo qual estes alimentos exercem tal efeito, ainda não está explicado, sendo que uma das hipóteses seria a presença de níveis elevados de flavonóides.
Muitas investigações que estudam os potenciais factores de risco de desenvolvimento de cancro colo-rectal sugerem que dietas ricas em alimentos de origem vegetal, como fruta e hortícolas, podem reduzir o risco de desenvolvimento de cancro colo-rectal. O mecanismo específico pelo qual estes alimentos exercem tal efeito, ainda não está explicado, sendo que uma das hipóteses seria a presença de níveis elevados de flavonóides.
Dieta Mediterrânica e crescente evidência da sua protecção contra o cancro
Sabe-se, que o padrão alimentar mediterrânico, apresenta efeitos positivos na protecção contra o cancro, no entanto, ainda são poucas as evidências relativas ao seu efeito em tipos de cancro específicos.
Realizou-se um estudo em Espanha, no âmbito da Investigação Prospectiva Europeia em Cancro e Nutrição, que tinha como objectivo explorar a associação que existe entre a adesão a dieta mediterrânica e a incidência de adenocarcinoma gástrico. Utilizou-se uma amostra de 485 044 indivíduos (entre os quais 144 577 homens) com idades entre 35-70 anos, de 10 países europeus. No momento do recrutamento recolheu-se informação acerca da alimentação e estilo de vida. A adesão à dieta foi classificada mediante pontuação incorporando 9 componentes-chave da dieta mediterrânica, tendo em conta a localização anatómica e o tipo histológico de cancro.
Após análise da amostra, não se verificou nenhuma evidência acerca da relação entre a adesão à dieta mediterrânica e as diferentes localizações anatómicas ou tipo histológico de cancro. No entanto, concluiu-se que uma melhor adesão à dieta mediterrânica está significativamente associada com uma redução do risco de incidência de adenocarcinoma gástrico.
Influência das mães nos hábitos alimentares dos filhos
Um estudo de Vereecken C et al investigou os hábitos alimentares de alunos da pré-escola e as associações destes mesmos hábitos com as características sócio-demográficas, conhecimentos e atitudes das respectivas mães.
Os resultados demonstraram uma baixa adequação da dieta dos alunos cujas mães apresentavam baixo e médio nível educacional, menores conhecimentos de nutrição e atitude menos positiva relativamente às consequências das escolhas alimentares na saúde.
Utilizou-se uma amostra de 862 mães de alunos do pré-escolar, distribuída por 56 escolas. As mães responderam a um questionário acerca de características sócio-demográficas, um questionário de frequência alimentar para avaliar o consumo alimentar dos seus filhos e um terceiro questionário sobre conhecimentos e atitudes acerca de nutrição.
Este estudo reforça a importância do desenvolvimento de detalhadas estratégias nutricionais para diferentes públicos-alvo, por parte dos profissionais de saúde. Esta associação entre características sócio-demográficas, atitudes e conhecimentos face à alimentação de mães e hábitos alimentares dos seus filhos sugere que uma boa intervenção nutricional deve ter como base uma forte inclusão de transmissão de conhecimentos e atitudes relativamente a alimentos e nutrição.
Sabe-se que a mãe apresenta um papel chave nas escolhas alimentares dos seus filhos como demonstra outro estudo realizado por Wood F et al. Analisou-se a compreensão e a interpretação das mães de mensagens relacionadas com alimentação saudável. Foram realizadas entrevistas a mães com carências sócio-económicas e verificou-se que estas eram possuídoras de conhecimentos acerca de alimentação saudável, inclusive tentavam no seu dia-a-dia aplicá-los, mas nem sempre eram usados da melhor forma. Mais uma vez se realça o papel fundamental do profissional de saúde na orientação eficaz das famílias e na compreensão de como estas interpretam na realidade as mensagens acerca de alimentação saudável.
Fonte:APN