19.1.10

OBESIDADE INFANTIL - Uma Nova Epidemia



A prevalência da Obesidade está a aumentar em todo o Mundo a um ritmo alarmante, justificando a designação de epidemia global, que lhe é atribuída pela Organização Mundial de Saúde (WHO, 2000). A prevalência de excesso de peso e obesidade em idade pediátrica parecem também estar a aumentar nos países desenvolvidos e noutras partes do mundo.

Preocupados com estes alertas, os governos de toda a Europa consideraram a obesidade como um dos desafios de saúde pública mais importantes, com um especial enfoque nas crianças. Portugal não é excepção. Os últimos dados revelam:
- a prevalência de obesidade em crianças entre os 7 e os 9 anos - reportam uma prevalência de excesso de peso e obesidade de cerca de 30%. Os autores do estudo salientam o grande aumento do IMC nas crianças, entre 1970 e 2002, que faz de Portugal um dos países da Europa com maior prevalência de excesso de peso e obesidade em crianças (Padez et al, 2004),
- em crianças de idade pré-escolar detectou-se uma prevalência de excesso de peso de 13,6% nos rapazes e 20,4% em raparigas e uma prevalência de obesidade de 6,5% e 6,9%, respectivamente, em rapazes e raparigas, num estudo em crianças dos 3 aos 6 anos de idade (Rito, 2006).

Seguramente existem dois factores muito importantes e que estão na base do crescimento da obesidade infantil em Portugal, por um lado a mudança nos hábitos alimentares com a perda dos valores tradicionais da alimentação mediterrânica por parte dos pais o que se reflecte directamente nos comportamentos alimentares das crianças (menor consumo de sopa, frutos, hortaliças e legumes e menos cereais completos) e a opção por produtos de reduzido valor nutricional mas de elevada densidade calórica, isto é, alimentos pobres em nutrientes mas ricos em calorias e que podem engordar; por outro lado os portugueses são de todos os povos da União Europeia aquele que apresenta maior nível de inactividade física entre os adultos. Na verdade sabe-se que pais pouco activos têm maiores probabilidades que os seus filhos sejam igualmente crianças com baixo nível de actividade física.

Plataforma Contra a Obesidade - Projecto OI

Esta crise em rápida expansão alarmou especialistas e políticos da União Europeia que assumiram o desafio através das suas políticas de segurança alimentar, saúde pública, educação, mercado interno, investigação e políticas agrícolas. Nomeadamente, através da criação de uma Plataforma Europeia de Acção da Saúde, Dieta e Actividade Física e da Carta Europeia de Luta Contra a Obesidade, definida em Novembro de 2006, que descreve as linhas de orientação para travar o aumento dos casos de obesidade nas crianças e nos adultos.

O reconhecimento da urgência de actuar a nível nacional na vertente da prevenção e alerta à população portuguesa, levou o Ministério da Saúde, através da Direcção-Geral da Saúde, a criar a Plataforma Contra a Obesidade. A sua implementação permitirá a diminuição e prevenção das doenças crónicas de elevada prevalência, como a diabetes e as doenças cardiovasculares e conduzirá a ganhos na prevenção de outras doenças como o cancro e as doenças osteoarticulares.

Uma das prioridades da Plataforma contra a Obesidade é seguramente a abordagem da Obesidade Infantil. O programa OI apresenta-se como uma estratégia multifacetada onde o conhecimento epidemiológico através da realização de investigação que permita conhecer a prevalência da obesidade infantil e dos comportamentos alimentares e outros das crianças, bem como a prevenção no ambiente escolar assumem expressão máxima.

No espírito da Plataforma Contra a Obesidade este projecto reforça-se com a parceria instituída entre o Ministério da Saúde e Ministério da Educação que pretende firmar a importância que a escola assume no combate à obesidade Infantil e sobretudo na promoção de ambientes saudáveis escolares, com espaço e papel para todos os seus “actores” desde os pais, aos professores, às crianças, aos auxiliares de acção educativa aos cozinheiros, para que todos possam agir com a mesma linguagem. Na verdade as escolas portuguesas já desenvolvem importantes acções de educação para a saúde e de forma integrada com o Ministério da Saúde. É disto um bom exemplo, o protocolo entre a Direcção-Geral da Saúde e a Direcção-Geral do Desenvolvimento e Inovação Curricular no âmbito da educação para a saúde.

A estratégia de combate à obesidade infantil tem que ter por isso, um carácter claramente multisectorial. De facto, só através de uma acção global, conjunta, bem estruturada, envolvendo todos os “actores” interessados poder-se-á cumprir os objectivo da carta europeia contra a obesidade.

Queremos estabilizar o crescimento da epidemia nos próximos 4-5 anos, queremos inverter esta tendência até 2015.
Fonte: Plataforma Contra a Obesidade
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