
A presença de obesidade definida por índice de massa corporal superior a 28 associa-se a risco 3 a 4 vezes mais elevado de cardiopatia isquémica (angina de peito, enfarte do miocárdio e morte súbita), de acidente vascular cerebral e de diabetes, na população em geral.
Diversos estudos demonstraram que a obesidade abdominal acompanha-se de vários factores de risco cardiovascular, tais como a resistência à insulina, hiperinsulinismo, diabetes mellitus, um perfil lipídico aterogénico e hipertensão arterial e ainda, factores hemostáticos, tais como níveis elevados de fibrinogénio e do inibidor do activador do plasminogénio.
Sem dúvida que a obesidade abdominal, mais frequente no homem e por isso, também, chamada andróide. É mais significativa, como factor de risco, do que a obesidade mais generalizada. No entanto, a obesidade de índice de massa corporal superior a 50, tem graves consequências para a saúde, independentemente da distribuição regional da gordura.
Pensa-se, hoje, que a massa adiposa do território da veia porta e um verdadeiro gerador de factores de risco cardiovascular. Os ácidos gordos livres conduzidos pelo sistema porta para o fígado, vão estimular este órgão que passa a produzir lipoproteinas de muito baixa densidade, a formar mais glicose e a inibir a captação de insulina, com a resultante hiperinsulinémia.
A obesidade em geral e a obesidade abdominal em particular, obrigam a estratégias de intervenção adequadas que diminuam o risco de doença cardiovascular que limita cada vez mais a qualidade e a esperança de sida da população do mundo industrializado, pelo que a Fundação Portuguesa de Cardiologia considera o combate a obesidade como uma das prioridades do seu programa de acção a favor da população portuguesa.
Fonte:Fundação Portuguesa de Cardiologia